top of page

Estudar as juventudes nunca foi uma tarefa fácil. Todavia, no mundo contemporâneo tem se tornado um exercício ainda mais difícil em virtude do advento das novas tecnologias da informação e comunicação e em vistas da reconfiguração - ou como prefere Anthony Giddens (1991), o desencaixe - do tempo/espaço. Esse processo tem provocado um aceleramento do advento das novas gerações que surgem com novas demandas, formatações, interesses e preocupações. Vive-se um cenário que exige cada vez mais dos pesquisadores em juventude a atualização dos repertórios teóricos e conceituais. O campo tem exigido também cada vez mais novos modelos de trabalho de campo, de observação e contato com a juventude. Ouvir os jovens tem sido o grande desafio dos estudiosos e estudiosas do fenômeno juvenil.

 

Os pesquisadores e as pesquisadoras do campo também possuem um diferencial, visto que em geral estão não somente interessados e interessadas em entender os jovens, mas possuem uma preocupação com sua condição social. Por isso que, em princípio, estes sujeitos de pesquisa são considerados como sujeitos de direitos. Por se encontrarem à margem da sociedade, a maioria dos jovens no país vive em condições de precariedade social. A dívida social da sociedade com as juventudes, principalmente empobrecida, tem aumentado nas últimas décadas. Os jovens retratam os piores índices de condição econômica com o desemprego, educacional, com o alto índice de evasão nas escolas públicas, e cultural, com o déficit de aparelhos públicos de cultura e lazer nas periferias.

 

Este perfil do pesquisador preocupado com a condição juvenil possibilitou a criação de diversos observatórios de juventude em todo o Brasil como, por exemplo, o Observatório da Juventude da UFMG, em Belo Horizonte-MG, o Observatório Jovem da UFF, no Rio de Janeiro-RJ, o Observatório Juventudes PUCRS, em Porto Alegre-RS, e o Observatório Social da Juventude da UFRB, no Recôncavo da Bahia.

 

Em Goiás este processo teve início fora do ambiente acadêmico, na Casa da Juventude Pe. Burnier, a CAJU. Imediatamente a proposta foi abraçada, principalmente, por pesquisadores da UFG, PUC Goiás, IFG e UEG. A ideia  foi lançada em 2012 em um evento chamado “Seminário Internacional Juventudes na Contemporaneidade” e o Observatório instalado em 11 de setembro de 2014 em um evento na Faculdade de Ciências Sociais da UFG.

 

Com o fim da CAJU, nasceu o CAJUEIRO (Centro de formação, assessoria e pesquisa em juventude) que deu sequência à proposta do Observatório em Goiás e se consolidou em uma das principais instituições de pesquisa sobre juventudes no país. Uma figura importante desse processo foi o assessor de jovens Lourival Rodrigues da Silva. O Lourival coordenou durante alguns anos o curso de Especialização em Juventude, o primeiro do gênero no Brasil, e foi o principal articulador do Observatório Juventudes na Contemporaneidade.

 

Hoje o Observatório está vinculado formalmente à Faculdade de Ciências Sociais da UFG e conta com estudiosos e estudiosas das principais universidades do Estado.  O Observatório Juventudes na Contemporaneidade é, assim, um espaço de articulação, mobilização e integração das instituições acadêmicas, formativas e investigadoras de juventude no Estado de Goiás.

bottom of page